Seminário da Abead discute álcool, tabaco e publicidade

NOTÍCIAS DA ABEAD

 

28/05/2010

Seminário da Abead discute álcool, tabaco e publicidade

Nesta semana a Associação Brasileira de Estudos de Álcool reuniu renomados especialistas para discussão em torno da propaganda voltada ao comércio de cigarros e bebidas alcoólicas

 

Carla Fornazieri
Médicos, publicitários, advogados e educadores participaram do evento

O seminário Álcool, Tabaco e Publicidade atraiu público de áreas de conhecimento diversificadas, como médicos, publicitários, advogados e educadores, à Unifesp. O presidente da Abead, Carlos Salgado, aproveitou a oportunidade para ressaltar o posicionamento da Associação, que defende a definição de políticas públicas restritivas à publicidade de álcool e tabaco. O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor titular do departamento de psiquiatria da Unifesp e coordenador do Inpad (Instituto Nacional de Políticas do Álcool e Drogas), mediador do primeiro painel do evento, deu início à mesa convidando Raul Caetano para sua exposição.

Psiquiatra brasileiro radicado nos Estados Unidos, onde é professor de epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade do Texas, Raul fez uma análise crítica sobre a prática de beber em grupos populacionais brasileiros, com base no estudo intitulado “Distribuição do consumo de álcool e problemas em subgrupos da população brasileira”, que entrevistou cerca de três mil pessoas em todo o território nacional e apontou que 5% dos bebedores brasileiros bebem 27% de todo o álcool consumido anualmente no país. E do total de bebedores, 78% são homens.

Entre os números apresentados, um dos que mais chamou atenção da platéia foi a evidência de que jovens entre 14 e 17 anos consomem 6% de todo o consumo anual de álcool do país. “O número é preocupante, já que a Lei proíbe o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos”, comenta Raul Caetano.

Outro dado alarmante apresentado por Raul Caetano é o índice entre os jovens de 18 a 29 anos, que é responsável por 40% do consumo. “Segundo o IBGE, esse grupo representa 22% (1/5) da população brasileira. Se pensarmos que apenas pouco mais de 20% da população bebe 40% de todo o consumo anual de álcool e, mais ainda, que são jovens, fica evidente o risco que a publicidade, cada vez mais voltada a esse publico, representa”, explica o psiquiatra.

Raul Caetano chamou a atenção para o fato de que estudos apontam que o pequeno grupo de bebedores “pesados” – em geral aqueles que estão no topo (10%) – não são responsáveis pelos problemas sociais de álcool no país. Pelo contrário. As análises demonstraram que os chamados bebedores moderados (que compõem 90% do grupo) são responsáveis por dois terços dos problemas sociais e de dependência ao álcool no Brasil.

“A propaganda predispõe os menos a beber, promovendo e reforçando reforça percepções do uso de álcool como um comportamento positivo, glamouroso. Por tudo isso que apresentamos, é nítida a necessidade de discutirmos políticas para o controle da propaganda do álcool, assim como da disponibilidade do álcool na comunidade através do controle de preço, horas e locais de venda, a identificação precoce de bebedores em risco, as intervenções breves e tratamento”, encerrou.

Confira abaixo as outras atividades apresentadas durante o seminário.

- O alvo da publicidade, clique aqui.
- Mulheres tabagistas, clique aqui.
- Com a palavra, os advogados, clique aqui.
- Liberdade de expressão, clique aqui.
- Advocacy, clique aqui.
- O papel da educação, clique aqui.

Se você tem interesse em ter acesso a todas as palestras autorizadas, clique aqui. O serviço é exclusivo aos associados.

 

 

Cesar Pazinatto
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