A Holanda e a maconha



Ainda hoje, alguns alunos, principalmente os do EM, têm na ponta da língua argumentos favoráveis ao uso da maconha. Costuma variar um pouco, mas normalmente passam pelo uso medicinal da droga, pelo fato dela ser “natural” e pelo modelo holandês de tolerância.
Recentemente, um aluno do sétimo ano comentou que, na Holanda, a maconha “era liberada” e as pessoas fumavam na rua. Uma aula depois, acredito ter conseguido contextualizar melhor a situação.
Abaixo, reproduzo algumas notícias que foram veiculadas no Blog Dependência Química. São sobre a maconha e, ao que parece, um possível novo posicionamento do governo holandês.
Deve ajudar no debate.


Holanda reclassifica maconha potente como droga pesada
BBC Brasil
Maconha de alta potência deixará de ser vendida em cafés holandeses que comercializam a droga. Os célebres cafés holandeses que comercializam maconha estão enfrentando novas restrições impostas pelo governo do país.
O governo decidiu reclassificar a maconha mais potente e incluí-la na mesma categoria destinada às drogas pesadas.
De acordo com as autoridades holandesas, o principal agente químico da droga, o THC, está mais forte, o que fez com que a maconha consumida atualmente esteja mais potente do que a que era consumida pela geração anterior.
Com isso, os cafés terão de deixar de vender as altamente populares diferentes variantes da maconha de alta potência.
Segundo os políticos holandeses, a maconha extra-forte, conhecida como ''skunk'', é hoje em dia mais perigosa do que antes.
Cocaína e ecstasy
No futuro, qualquer modalidade da droga que contiver mais do que 15% de THC será classificada como droga pesada, a mesma classificação usada para a cocaína ou o ecstasy.
A medida é um sério revés para os cafés e significa que eles terão de substituir 80% de seus estoques com variantes mais fracas.
Marc Josemans, que é proprietário de um café em Maastricht, diz acreditar que a nova determinação esteja sendo tomada por influência dos partidos de extrema direita na política holandesa.
''Você pode sentir a diferença. Tudo que é considerado incomum para eles - que eles chamam de 'passatempos da esquerda', eles procuram banir, como o uso de maconha'', disse Josemans, em entrevista à BBC.
A medida significa que a tradicional tolerância da Holanda em relação às drogas consideradas mais suaves está em vias de se tornar uma coisa do passado.
O veto à venda de ''skunk'' deve entrar em vigor no ano que vem, quando a polícia passará a realizar inspeções aleatórias em cafés holandesas.
A partir de 2012, o governo holandês pretende também impor restrições à entrada de turistas nos cafés que vendem maconha em diferentes partes do país.

O governo da Holanda confirma: maconha faz mal à saúde
Blog de Milton Corrêa da Costa
A chamada “corrente progressista”, encabeçada no Brasil pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que objetiva a descriminalização e legalização de drogas, a começar pela maconha, inclusive com direito a cultivo para uso próprio, acaba de sofrer um duro revés. A Holanda anunciou, nesta sexta-feira, uma política de menor tolerância com a maconha. O governo holandês declarou que vai nivelar a chamada "maconha de alta concentração", vendida no país, na mesma classificação de tóxicos como a cocaína e o êxtase, drogas consideradas pesadas. O ministro da Economia da Holanda, Maxime Verhagen, afirmou que a droga, com mais de 15% na composição de sua substância psicoativa, o tetrahidrocanabinol (THC), tem uma potência muito maior do que a forma mais leve da erva. Segundo ele, o tóxico "causa um prejuízo crescente na saúde pública do país". A medida é o passo mais recente do governo holandês para tentar reverter a notória política de tolerância da Holanda com as drogas.
Assim chega-se á conclusão, após diferentes estudos e pesquisas empreendidas aqui citadas, que a cannabis não é tão inofensiva e recreativa como alguns imaginam. O hábito de fumar maconha, mesmo em pouca quantidade, pode danificar a memória, segundo recente estudo elaborado pela Universidade Federal de São Paulo(UNIFESP). Quando o uso é crônico e se inicia antes dos 15 anos de idade, o risco é ainda maior, devido ao efeito tóxico e cumulativo do tetrahidrocanabinol  (hoje mais potente pelas mutações genéticas), no desempenho cerebral. 
Ficou constatado, por exemplo, que no exame toxicológico efetuado no jovem Carlos Eduardo Sandfeld Nunes, de 24 anos, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do seu filho Raoni, fato ocorrido, no ano de 2009, em São Paulo, que ele se encontrava sob o efeito de maconha no momento do crime.  Ressalte-se que Cadu, apelido do homicida, fumava cannabis desde os 15 anos, não estudava nem trabalhava , passando a traficar a droga e apresentava surtos psicóticos (alucinações e delírios).
Tal fato remete-nos a uma pesquisa - foi publicada tempos atrás nas páginas da Internet com notícia originária de Londres - onde mostrou que jovens que fumam maconha por seis anos ou mais têm o dobro de possibilidade de sofrer de episódios psicóticos do que pessoas que nunca fumaram a droga. As descobertas fortalecem uma pesquisa anterior que relacionam psicose à droga, particularmente em sua forma mais potente, o skunk. Apesar da lei que proíbe, em alguns países, o consumo da cannabis e outras formas, cerca de 190 milhões de pessoas são usuárias de maconha no mundo, segundo estimativa da ONU, o que envolve 4% da população ativa. O país com o maior número de consumidores é a França.

Tolerância menor com maconha na Holanda
O Globo
O governo da Holanda anunciou [ontem] que vai nivelar a chamada "maconha de alta concentração", vendida no país, como droga pesada, na mesma classificação de tóxicos como a cocaína e o ecstasy.
O ministro da Economia da Holanda, Maxime Verhagen, afirmou que a droga, com mais de 15% da substância THC em sua composição, tem uma potência muito maior do que a forma mais leve da erva. Segundo ele, o tóxico "causa um prejuízo crescente na saúde pública dom país".
A medida é o passo mais recente do governo holandês para tentar reverter a notória política de tolerância da Holanda com as drogas. Após a decisão, a maior parte dos cafés holandeses, populares por vender a erva, vão ter que trocar seus estoques do fumo.
No entanto, críticos dizem que será difícil que a medida seja cumprida e que o fato só irá influenciar os usuários a consumirem mais as variantes mais leves da maconha.
Ao contrário do que muitos pensam, a posse de maconha é ilegal na Holanda, mas somente em grandes quantidades. O comércio da erva é muito comum em bares e cafés destinados a utilização da droga no país. No entanto, pessoas que cultivam a planta podem ser processadas.

Maastricht bans cannabis coffee-shop tourists
BBC - UK
Cannabis is widely available in the coffee shops of Maastricht
A ban on some foreign tourists has come into force in the cannabis-selling coffee shops of the Dutch border city of Maastricht.
City authorities say the influx of tourists buying soft drugs is threatening public order and causing major traffic problems.
Coffee shop owners say the ban won't work and will hit the local economy.
However, the ban does not apply to visitors from Germany and Belgium who are the majority of foreign customers. The move comes ahead of a proposed nationwide crackdown being discussed in the Dutch parliament.
The BBC's Anna Holligan says the ban is being seen as a test case that could be implemented in other Dutch towns and cities.
There are about 700 coffee shops in the Netherlands. The cultivation and sale of soft drugs through them is decriminalised although not legal.
An estimated 6,000 people visit Maastricht's coffee shops every day - most making the quick trip across the border from Belgium and Germany.
But from Saturday, anyone who doesn't hold a Dutch, Belgian or German passport will be told to leave. Hi-tech security scanners have been set up to check passports and ID cards, and police will carry out random checks.
City authorities say drug tourists pose a threat to public order.
'Revenue lost'
But critics of the policy say the ban contravenes EU policies of equality and the freedom of movement.
Marc Josemans, chairman of the Association of Official Coffee Shops Maastricht (VOCM), said the ban would do more harm than good.
"All these clients who are banned from the Dutch coffee shops... have to return to the illegal circuit in their own country, therefore it will become a bigger problem and cause more criminality in those countries," he told Reuters.
VOCM says visitors attracted by the coffee shops also spend an estimated 140m euros (£120m) elsewhere in the city every year.
Correspondents say the Dutch justice ministry wants coffee shops to operate like members' only clubs, serving only local residents.
The European Court of Justice ruled last December that Dutch authorities could bar foreigners from cannabis-selling coffee shops because they were combating drug tourism

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