O que os pais dos amigos de seu filho pensam sobre o uso de drogas?




Artigo interessante publicado no Journal of Studies on Alcohol and Drugs.
Os pesquisadores da The Pennsylvania State University revelam que a postura dos pais de amigos pode influenciar o comportamento do adolescente em relação ao uso álcool, tabaco e outras drogas.
Pesquisando quase 7.500 adolescentes, Michael Cleveland e seu grupo sugerem que o estilo familiar dos amigos de nossos filhos pode influenciar como eles se relacionarão com as drogas.
Como se comportam os pais dos amigos de nossos filhos em relação ao álcool?
Eles se preocupam com o uso de tabaco e outras drogas ou acham “tudo normal”, apenas um momento passageiro?
Segundo os pesquisadores da PennState somos obrigados a saber responder essas questões
Lendo o artigo lembrei-me de duas situações que ilustram bem esse tema.
Quando ainda não existia o Facebook e o Orkut dominava as redes sociais, um grupo de alunas do 9º ano (8ª série na época) montou a comunidade “Nós adoramos o Tio Fulano”. Esse tal fulano era o pai de uma menina da classe festejado por liberar bebidas alcoólicas para as colegas de sua filha. O detalhe “curioso” é que, na comunidade, a filha do “tio fulano” reclamava dele não ser tão “generoso” com ela.
Após uma das minhas palestras na St Paul´s School um grupo de pais com filhos entre 9 e 13 anos montou uma reunião fechada.  A ideia era pensar e, se possível, adotar comportamentos comuns em relação ao uso de álcool. A preocupação era real, pois seus filhos começavam a frequentar baladas e festas sozinhos.
Convidado pela família que organizou o encontro conversei durante 2 horas com cerca de 50 pais. O diálogo tratou basicamente dos fatores de proteção e dos fatores de risco para o uso de álcool, tabaco e outras drogas.
Insisti em apontar aos presentes que aquele encontro era a melhor iniciativa em atitudes protetoras que eles poderiam ter.
O artigo, depois de 3 anos, respalda a iniciativa dos pais da escola britânica.
Abaixo você pode ler o resumo do artigo.

 

Volume 73, 2012 > Issue 3: May 2012

Do Peers' Parents Matter? A New Link Between Positive Parenting and Adolescent Substance Use

Michael J. Cleveland, Mark E. Feinberg, D. Wayne Osgood, James Moody

Objective: Although studies have demonstrated that an adolescent's parents and friends both influence adolescent substance use, it is not known whether the parenting experienced by one's friends also affects one's own use. Drawing on conceptions of shared parenting and the tenets of coercion theory, we investigated the extent to which three domains of parenting behaviors (parental knowledge, inductive reasoning, and consistent discipline) influenced the alcohol, cigarette, and marijuana use of not only their own adolescent children but also of members of their adolescents' friendship groups. Method: Analyses of friendship nominations within each of two successive ninth-grade cohorts in 27 Iowa and Pennsylvania schools (N = 7,439 students, 53.6% female) were used to identify 897 friendship groups. Hierarchical logistic regression models were used to examine prospective associations between 9th-grade friendship group–level parenting behaviors and adolescent self-reported alcohol, cigarette, and marijuana use in 10th grade. Results: Adolescent substance use in 10th grade was significantly related to parenting behaviors of friends' parents, after controlling for adolescents' reports of their own substance use and their own parents' behaviors at the 9th grade level. These associations were particularly strong for parents' knowledge about their children and use of inconsistent discipline strategies. Significant interaction effects indicated that these relationships were strongest when adolescents received positive parenting at home. Some, but not all, of the main effects of friends' parents' parenting became nonsignificant after friends' substance use in ninth grade was included in the model. Conclusions: The findings suggest that the parenting style in adolescents' friends' homes plays an important role in determining adolescent substance use. Implications of the joint contribution of parents and peers for prevention and intervention are discussed. (J. Stud. Alcohol Drugs, 73, 423–433, 2012)

Comentários