Não é novidade que o hábito de fumar custa muito caro.
A cada maço comprado o tabagista paga bastante para
suprir seu organismo com as doses necessárias de nicotina . Faz uma espécie de
poupança às avessas, pois poupa sua saúde de melhores condições durante os anos
em que fica preso ao hábito.
No final, o saldo são doenças severas e um desperdício
absurdo de dinheiro.
O jornal "Cruzeiro do Sul" que circula na região de Sorocaba/SP
divulgou, no dia 21 de julho, que os habitantes da cidade gastarão mais de R$ 62 milhões por ano com o cigarro. A matéria reproduziu alguns dados do estudo realizado pela IPC Marketing e Consultoria sobre o potencial de
consumo das regiões brasileiras e das classes sociais.
Abaixo você pode ler a matéria completa.
Sorocabano
gasta R$ 62 mi com cigarro
"É
comprovado por pesquisas que, quanto mais cedo a pessoa começa a fumar, mais
dificuldade ela tem de largar" - Maurício Luís Marra, diretor acadêmico da
Esamc
Os
sorocabanos gastam mais de R$ 62 milhões por ano com o cigarro, revela uma
pesquisa da empresa IPC Marketing e Consultoria, referente ao potencial de
consumo das cidades brasileiras. Segundo os dados do levantamento, a classe
econômica que mais compra cigarros é a B2, com gastos de R$ 17.013.994. De
acordo com Maurício Luís Marra, que é diretor acadêmico da Escola Superior de
Administração, Marketing e Comunicação (Esamc) de Sorocaba e fez uma
dissertação de Mestrado sobre a eficácia das campanhas antitabagistas, essas
ações que tentam combater o fumo já não surtem mais efeito entre os fumantes,
portanto ele acredita que os governos deveriam se focar mais em campanhas de
prevenção, como forma de evitar o surgimento de novas pessoas viciadas no
cigarro. "Aquelas imagens de pessoas doentes nos maços de cigarro não
fazem mais efeito no fumante, porque ele já se acostumou com isso. É preciso
que invistam em campanhas de prevenção, voltadas aos jovens, que se iniciam no
fumo cada vez mais cedo", argumenta.
Segundo o Critério de Classificação
Econômica Brasil, a divisão de classes segue atualmente os seguintes
parâmetros: A1 (renda média familiar acima de R$ 12.926), A2 (R$ 8.418), B1 (R$
4.418), B2 (R$ 2.565), C1 (R$ 1.541), C2 (R$ 1.024), D (R$ 714) e E (R$ 477). Conforme
informações da pesquisa, os gastos com o fumo em Sorocaba, para 2012, deverão
ser de, no total, R$ 62.383.421. Os pesquisadores da IPC percorreram a cidade e
entrevistaram moradores de 183.129 domicílios, para poder constatar qual o
potencial de consumo da população local. O levantamento também traz dados
separados por classes sociais, o que mostra que, depois da classe B2, a que
mais consome cigarros no município é a C1, com gastos de R$ 14.773.513. Apesar de
esses gastos totais serem considerados expressivos por médicos e especialistas,
esse número caiu, em comparação com o do ano passado. Em 2011, os gastos com
cigarro na cidade foram de R$ 62.569.510, ou seja, R$ 186.089 a mais do o
previsto para este ano.
Segundo o diretor acadêmico da Esamc, a
problemática do cigarro pode, ainda, ser evidenciada por outros números, além
dos gastos que os fumantes têm de fazer para sustentar o seu vício. "Pense
em uma pessoa que fuma em seu local de trabalho. Se ela sai para fumar, ela
demora, em média, 10 minutos para voltar aos seus afazeres. Se utilizar a média
de cigarros que uma pessoa fuma por dia, é possível dizer que ela utiliza um
mês do ano de seu trabalho só para fumar, ou seja, ela trabalha um mês a menos
do que os seus colegas que não fumam", explica. Para que esta não seja
mais a realidade de Sorocaba, assim como muitas outras cidades do País, Marra
propõe que haja mudanças na forma como os governos atuam no combate ao
tabagismo. Ele acredita que é preciso que as campanhas antitabagistas se foquem
mais na questão da prevenção, tendo em vista que, em sua dissertação de
mestrado, ele concluiu que as imagens chocantes presentes nos maços de cigarro,
já não estimulam mais os fumantes a deixarem o vício. "Esse discurso já
vem sendo feito há tempo com mesmo argumento, portanto as pessoas já se
acostumaram com ele. Provavelmente, atacando o público mais jovem, no sentido
de conscientizar do problema, essas campanhas seriam mais eficientes. É
comprovado por pesquisas que, quanto mais cedo a pessoa começa a fumar, mais
dificuldade ela tem de largar, porque o cérebro do mais jovem não tem
maturidade para largar os vícios. Então os trabalhos têm de ser feitos no
sentido de prevenção."
Males à
saúde
Além dos problemas econômicos que o cigarro acarreta aos fumantes, o
médico pneumologista e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de
Sorocaba, José Rosalvo Santos Maia, destaca os malefícios causados à saúde, por
conta das inúmeras substâncias tóxicas contidas no produto. Segundo o médico, o
aparelho respiratório é o mais comprometido pelo uso do cigarro. "Existe a
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que é uma doença progressiva e
limitante, que atinge 16% da população acima de 40 anos. Ela atinge, também, quem
não fuma, porém o fumante está muito mais suscetível a sofrer desse mal",
revela. Maia também informa que os fumantes apresentam, ainda, uma grande
propensão a desenvolver tumores pelo corpo, principalmente no pulmão, cavidade
oral e no esôfago.
Apesar de dizer que esse número dos gastos anuais com cigarros ser
alarmante, o pneumologista afirma que ele pode ser ainda maior, se incluir
nessa estatística o valor desembolsado pelos órgãos públicos na área da saúde,
para poder atender os fumantes, além dos próprios gastos dos que fumam com
remédios, exames e internações. "Se esses R$ 62 milhões gastos com cigarro
em Sorocaba fossem investidos em outras áreas, com certeza resolveria muitos
problemas da cidade", relata.
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