5 X álcool



Eliminação do álcool é diferente em cada pessoa e pode levar até 12 horas


Ao dirigir alcoolizada, pessoa perde o reflexo e o senso de censura e limite. Uma lata de cerveja já é suficiente para causar alterações no organismo.

Dirigir depois de beber é uma atitude extremamente perigosa para si e também para os outros. Dados mostram que uma a cada cinco pessoas envolvidas em batidas de trânsito estava alcoolizada na hora do acidente – e não importa a quantidade já que é suficiente apenas uma lata de cerveja para que o corpo já sofra alterações. A partir da primeira dose, a pessoa já começa a ter perda de sensibilidade de movimento e também dos reflexos.

De qualquer maneira, é bom saber que a eliminação e absorção da bebida dependem de cada pessoa e de como o organismo consegue metabolizar o álcool – aproximadamente 90% da substância é absorvida na primeira hora e a eliminação total pode demorar até 12 horas, como explicou o hepatologista Mário Kondo no Bem Estar desta quarta-feira (20). Mas é importante saber que essa eliminação depende da quantidade de álcool ingerida, do peso, do sexo e da capacidade do metabolismo de cada um. Nesse período, não é permitido dirigir e, por isso, a nova Lei Seca está cada mais rígida.

Porém, mesmo quem não ingeriu uma gota de bebida alcoólica pode também ser pego na blitz da Lei Seca. O apresentador Fernando Rocha foi a um bar em São Paulo para ver como outras substâncias do dia a dia podem interferir no resultado do bafômetro (veja no vídeo ao lado).

Entre os testes feitos, a que teve maior concentração de álcool foi o enxaguante bucal, mas essa concentração diminui 15 minutos depois, ao contrário da cerveja e do vinho, que vão aumentando com o tempo. Por isso, quem não bebeu, mas usou enxaguante, comeu um bombom de licor ou tomou algum remédio homeopático, pode pedir para refazer o teste do bafômetro depois de 15 minutos.


Beber só aos fins de semana também traz riscos à saúde

Fonte: UOL e Boletim ABEAD

Fim de semana, festa animada e diversão com os amigos formam o clima perfeito para exagerar no consumo de bebida alcoólica.

Quem bebe esporadicamente - o famoso "bebedor social" - muitas vezes acredita que beber algumas doses a mais de vez em quando não fará mal. Mas, segundo um estudo realizado pelo Scripp´s Research Institute da Califórnia (EUA), a ingestão de grandes quantidades de álcool de uma só vez afeta o cérebro da mesma forma que o consumo frequente.

"É muito comum escutar a pessoa dizer que só bebe nos finais de semana, então não tem problema. Mas isso não é verdade, esse comportamento é de risco e representa um perigo real", alerta a psiquiatra Carla Bicca, conselheira da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead).

Esse padrão de uso pesado de álcool por tempo determinado (um fim de semana, por exemplo) é chamado pelos especialistas de uso "binge" de álcool, ou, em português, "BPE" (beber pesado episódico). Ele é definido pelo consumo de cinco ou mais doses de bebida alcoólica de uma só vez pelos homens, e de quatro ou mais doses para mulheres. E também é usado para indivíduos que bebem até a embriaguez.

De acordo com Bicca, esse comportamento é mais arriscado que o de pessoas que bebem doses moderadas com frequência. "Essas pessoas acabam se expondo a mais situações de risco, como acidentes de trânsito, sexo sem proteção e brigas, além de correr um risco maior de infarto agudo do miocárdio e overdose alcoólica, o que pode até mesmo levar ao coma e à morte".

Brasileiros consomem 18,5 litros de álcool puro por ano


Dados recentes apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que os brasileiros consomem 18,5 litros de álcool puro por ano, se posicionando como o quarto país das Américas que mais consome álcool.

Também segundo a OMS, o álcool causa quase 4% das mortes no mundo todo, matando mais do que a AIDS, a tuberculose ou a violência, sendo que hoje o impacto do abuso de álcool é considerado igual ao impacto da dependência em si, ou em outras palavras o alcoolismo.

O abuso do álcool é definido quando a pessoa ingere bebida alcoólica em doses maiores que cinco, em uma só situação. Esse dado é preocupante, já que revela que aquela pessoa que abusa de bebidas alcoólicas uma vez ou outra pode correr os mesmos riscos de vida do que uma pessoa dependente.


Cerco ao álcool e drogas entre os jovens

Fonte: Folha da Região e Boletim ABEAD

A Assembleia Legislativa deverá analisar nas próximas semanas um projeto polêmico em relação à questão do uso de álcool e drogas entre os jovens e o papel das instituições.

O projeto de lei 34/2013 determina a comunicação, por parte dos hospitais, clínicos e postos de saúde públicos e privados, das ocorrências envolvendo embriaguez ou consumo de drogas por crianças e adolescentes. Quem botou o dedo na ferida é o deputado estadual Dilmo dos Santos (PV, base eleitoral em Piracicaba), autor do projeto.

Pesquisa

Se o projeto for aprovado, a comunicação deverá ser feita ao Conselho Tutelar, órgão que deverá tomar providências de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990). Dilmo dos Santos baseou-se em estudo que teve a participação de 5.226 alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental e dos três anos do ensino médio em 37 escolas. O álcool se mostrou, de longe, a droga mais usada -- 40% dos estudantes haviam bebido no mês anterior à pesquisa, e 10% haviam consumido tabaco. De acordo com o levantamento, o álcool começa a ser consumido com média de idade de 12,5 anos e em casa na maioria dos casos. "O consumo excessivo de álcool é causa de preocupações, angústias e sofrimento para muitas famílias. Quando um de seus membros bebe em excesso, isso pode atrapalhar o convívio e a harmonia familiar”, diz o deputado.

 

Bebida mais cara reduz mortalidade ligada ao álcool


Estudo afirma que aumento de 10% no custo reduz em 32% as mortes

Uma pesquisa feita pela Universidade de Vitória, no Canadá, associou o aumento dos preços de bebidas alcoólicas a uma queda significativa no número de mortes relacionadas ao consumo de álcool. Os resultados foram publicados na revista científica Addiction.

O estudo, realizado entre 2002 e 2009 na província da Colúmbia Britânica, analisou dois períodos: no primeiro, as bebidas só podiam ser compradas em lojas do governo. No segundo, foi liberada a venda em pontos do setor privado e a bebida era vendida a preços mais elevados, nesse caso.

Os autores descobriram que um aumento de 10% no custo das bebidas poderia levar a uma queda de 32% nas mortes relacionadas ao consumo de álcool. No entanto, quando foram abertos mais pontos de venda, o acesso às bebidas alcoólicas ficou mais fácil, o número de internações aumentou e houve uma alta de 2% nas mortes para cada 10% de crescimento na quantidade de pontos de venda.

Esse foi o primeiro estudo a destacar os efeitos do preço do álcool nos índices de mortalidade dos consumidores. Segundo os pesquisadores, com um aumento dos preços das bebidas, a redução no número de mortes é "imediata, substancial e significativa".

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