Ilana Pinsky e Sabrina Presman
Data de Publicação: 30/04/2013
Neste mês de abril, um estudo divulgado
pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) nos trouxe mais um dado para
ficarmos em alerta. As mulheres estão bebendo em maior quantidade e com mais
frequência. Nos últimos seis anos, a proporção das que consomem álcool de
maneira excessiva aumentou 24%. Entre outras coisas, o número reflete a
banalização do ato de beber socialmente. Ainda de acordo com o levantamento,
quase um em cada cinco bebedores frequentes consome álcool de forma abusiva e
tem um comportamento compatível com dependência. Os resultados mostram que um
dos motivos deste aumento é a elevação da renda nos últimos anos,
principalmente entre as classes mais baixas.
Também não se pode deixar de lado o alto investimento da indústria do álcool no nicho feminino, principalmente voltado a venda de bebidas mais leves, tipo ice, que apesar de serem mais atrativas para este público, possuem mais álcool do que a cerveja, por exemplo, e ainda abrem as portas para o segmento de destilados. O mercado percebeu que as mulheres tinham potencial grande de crescimento de consumo e investiu pesado nelas.
Para reverter este quadro e reduzir o
consumo entre as brasileiras, é preciso começar pela restrição à publicidade,
principal co-responsável pelo aumento da população feminina nessas
estatísticas. Do jeito que é feita hoje, a propaganda da bebida alcoólica é
nociva. É preciso implementar com urgência uma regulamentação mais incisiva
baseada na avaliação de experts da área da Saúde, pois quanto mais a pessoa for
exposta à publicidade, maior a probabilidade dela ter problemas com o consumo
abusivo do produto.
Outras medidas a serem tomadas são o
aumento de preço das bebidas e a restrição dos locais de venda. Além disso,
mais ações de prevenção e tratamento devem ser adotas nos municípios do país. É
preciso lembrar que a guerra contra o álcool é multidisciplinar e conjunta, e
deve ser feita nas três frentes: publicidade, preço e disponibilidade.
Fonte: Boletim da ABEAD
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