O texto abaixo saiu no caderno Folhateen da Folha de São Paulo de hoje, 28 de fevereiro de 2011.
VOCÊ JÁ parou para pensar que jovens que praticam "bullying", causando violência física ou psicológica em seus colegas, podem estar, no fundo, tentando se tornar mais populares ou ganhar um "status" especial na escola? Pois é!
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia entrevistou mais de 3.000 alunos do ensino médio americano e concluiu que os jovens que querem chegar ao topo da liderança de suas turmas recorrem, muitas vezes, a brigas, ofensas e boatos maldosos para chegar lá. É como se a humilhação fosse uma estratégia de poder.
O interessante da pesquisa é que ela mostra um lado diferente do "bullying". Ele não surge apenas como resultado de questões pessoais dos agressores (problemas em casa, transtornos de personalidade etc.), mas como consequência de uma complexa rede de interações sociais do grupo.
E o que você tem a ver com isso? Por questões pessoais ou por processos sociais, o "bullying" pode provocar muitas cicatrizes em quem sofre esse tipo de experiência. Fenômeno muito comum no Brasil, ele faz com que jovens sofram em silêncio e não queiram nem passar perto da escola.
Quem pratica, muitas vezes, não consegue perceber o impacto que essas agressões e violências podem ter na vida dos seus colegas. E é fundamental que o grupo mostre para esse agressor que não é nada legal humilhar colegas. Na verdade, isso é covardia das feias!
Que tal trocar valores como poder, competição e mando (que poderiam incitar práticas violentas) por outros que tornem as pessoas e os grupos mais unidos? Quer palpites? Companheirismo, amizade, solidariedade, cooperação e ajuda, entre outros tantos! Achou careta? Então, espere alguns anos para que "caia a sua ficha" e você possa entender do que estava tentando fugir quando era agressivo ou intolerante com os outros.
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Abç
Camila Alvim